À ti, que baila, branca bruma,
Em densa e torpe mata escura
De leitos tantos e tristes espumas
De sonhos mil da juvenil procura
À ti, que brinda, negra noite
Ao céu, ao sal, dos retirantes
Enforca o riso e beija o açoite
Na morte-vida de peitos arfantes
Entrego o olor outonal que já nem sentes
Azedo-doce de caminho errante
Ao pranto mudo de corpo vibrante
De alma dorida e pele ardente
Esse cheiro de praga, de pó, de semente
Cheiro seco de poeta, teu irmão claudicante.
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